Leva um tempo até que você entenda os desejos e as necessidades de seu bebê, mas isso acontecerá naturalmente. Tudo o que seu filho precisa agora é de cuidado, carinho e atenção. Aqui vão algumas dicas para você cuidar cada vez melhor de seu bebê.

Limpando o umbigo
Você vai usar uma haste com ponta de algodão embebido em álcool a 70%. Puxe o coto umbilical para cima (não dói, acredite) e limpe todos os cantinhos, desde a base. Se a haste ficar suja, repita até que saia limpa. Repita o processo de duas a três vezes ao dia, para que a região esteja sempre seca e higienizada.

Em geral, o umbigo cai naturalmente entre o 7º e o 14º dia de vida, com variações. Continue a limpeza por mais dois dias para ajudar a cicatrização.

E as moleiras?
São duas: uma no alto da cabeça, e outra um pouco acima da nuca, menos perceptível. Não há mamãe que não se preocupe com elas. As moleiras existem para deixar um espaço para o crescimento do cérebro dos bebês e, com o desenvolvimento da criança, elas se fecham – por isso, são tão importantes.

Não se deve apalpar a moleira, mas não há nenhum problema em lavar a cabeça do bebê com cuidado. A moleira menor se fecha por volta do terceiro mês, a outra, por volta de um ano.

Ah, as cólicas…
Essas são outro pesadelo dos pais. Vale lembrar que elas só começam depois de duas semanas de vida e, geralmente, provocam choro em horários determinados (no final da tarde, na maioria das vezes). Os médicos acreditam que a cólica esteja relacionada ao reflexo gastrocólico (o intestino é estimulado a se contrair cada vez que o bebê mama) ou à imaturidade intestinal.

As cólicas desaparecem até o final do terceiro mês. O pediatra pode recomendar medicamentos, se necessário. Outras atitudes ajudam: massagens na barriga no sentido horário, colocar de bruços, dobrar as perninhas sobre a barriga e músicas suaves. É normal que o recém-nascido tenha soluços e é importante, mamãe, colocá-lo em pé para arrotar depois de cada mamada.

Cuidado para não confundir o choro da cólica com um choro comum, de quem apenas está querendo se comunicar. Se o bebê pára de chorar quando você o pega no colo, provavelmente não é a cólica que o está fazendo sofrer.

Refluxo
Outra palavra que costuma aparecer no vocabulário das mamães de recém-nascidos é o refluxo gastroesofágico. É preciso muita atenção: refluxo é o retorno anormal do alimento do estômago para o esôfago. Se isso acontecer, é preciso ser tratado com remédios, que só podem ser diagnosticados por um pediatra.

Muitos confundem refluxo com a regurgitação. O primeiro ocorre por imaturidade do esfíncter esofagiano, uma válvula entre o estômago e o esôfago, que deveria se fechar depois da passagem do leite. Como essa válvula ainda é imatura, ela não faz o seu trabalho corretamente. Nada que não se resolva com o tempo. Logo, logo, o esfíncter vai trabalhar direitinho e o leite não "voltará" mais.

Atenção: cada bebê tem um ritmo de desenvolvimento e de crescimento. É normal que haja variações. Se tiver alguma dúvida, consulte um pediatra de sua confiança.

Horário de comer e dormir
Os recém-nascidos dormem de dezesseis a vinte horas por dia. Acordam para mamar geralmente a cada duas horas e meia a quatro horas. O tempo de sono da criança vai mudando conforme ela cresce, mas é importante, desde cedo, ajudar seu filho a dormir com tranqüilidade. Isso será essencial para o seu desenvolvimento.

Cerca de dez dias depois de sair da maternidade, seu filho já deve ter recuperado de 7% a 10% de peso que perdeu ao nascer. Daí para frente, vai engordar entre 20 e 30 gramas por dia e crescer em torno de 2 centímetros por mês no primeiro trimestre.

No final do terceiro mês, ele já entende melhor a divisão do tempo: começa a perceber que o dia é feito para brincar, com alguns períodos de sono, e a noite, para dormir. Mesmo pequeno, ele deve dormir no berço, com a luz apagada durante a noite e a janela aberta durante o dia. Acostumado a dormir no berço, vai aprender que ali é o seu lugar de deitar. Se seu bebê for acostumado a dormir no colo, pode acordar assustado quando o por para dormir.

Atenção aos reflexos
Embora durma e mame na maior parte do tempo nesses primeiros meses, o bebê é capaz de fazer muito mais, acredite. Ele nasce, por exemplo, com muitos reflexos. Para começar, ele suga. Quer ver outro? Se você colocar seu dedo na mão do bebê, ele vai agarrá-lo com força. Os dedos dos pés também fazem o mesmo movimento ao tocá-los por baixo.

Aos poucos, o bebê adquire novas habilidades. Sua visão ainda não tem muito foco, por isso, é importante ficar bem pertinho dele: no começo, a 20 centímetros de distância. Depois de um mês, a um metro. Nessa fase ele também pode seguir objetos com o olhar, mas a pequena distância. Embora sua cabeça seja grande e pesada, ele aprende, nos primeiros meses, a levantá-la quando está deitado de bruços.

Boa parte dos bebês responde com um sorriso a outro sorriso e movimenta a cabeça para seguir a mãe. Também reage a barulhos, como o som do chocalho. Ao final do terceiro mês, início do quarto, ele enxerga todas as cores. Até então, seus olhos captam melhor as cores fortes, contrastantes ou brilhosas. Ele vai aprender a colocar as mãos na boca e logo, logo vai segurar um brinquedo.

O leite materno é o melhor alimento para o bebê. Nenhum outro leite é capaz de proteger seu filho como aquele que você produz. Isso porque o leite materno transfere para o bebê os fatores imunológicos da mãe. Se você amamenta seu filho, está dando a ele os anticorpos que você produziu e que só existem no seu leite.

São inúmeras as vantagens de amamentar: o leite materno não custa nada, está sempre disponível, não precisa esquentar na mamadeira, é mais fácil de digerir, além de conter os nutrientes necessários para o desenvolvimento de seu bebê. Amamentar ainda é bom para a mamãe: ajuda na regressão do útero ao tamanho normal, reduz o sangramento pós-parto e facilita a volta ao peso normal (emagrece!).

O primeiro leite é o colostro, que aparece no final da gravidez e continua sendo produzido na primeira semana de vida do bebê. Parece mais "aguado", mas tem um número enorme de anticorpos, que protegem contra infecções e alergias alimentares e ajusta o funcionamento intestinal do bebê. Aos poucos, o colostro se modifica para o leite, que deve ser o único alimento de seu filho até o sexto mês de vida.

Amamentando o bebê
Amamentar, claro, é um aprendizado e, por isso, você pode ter dificuldades no começo. Fique atenta, desde o início, para a maneira como o bebê "pega" o seio: ele deve abocanhar o mamilo e a maior parte da aréola com o lábio inferior para fora. Isso evita fissuras no seio, o que costuma ser motivo de dor para as mães.

O tempo das mamadas é geralmente de quinze a vinte minutos em cada seio, mas varia bastante de bebê para bebê. É importante trocar de seio depois que o bebê mamou bastante no primeiro, pois o leite do final da mamada é mais rico em gordura. Esgotados os dois seios, ajude o bebê a arrotar, segurando-o em pé com o rosto apoiado no seu ombro. Bebês mamam de seis a nove vezes por dia nos primeiros dias de vida. O intervalo mínimo entre uma mamada e outra deve ser de duas horas e meia, e o máximo de quatro horas. Por isso, se o seu bebê é muito preguiçoso, você deve acordá-lo para mamar a cada quatro horas. Se tiver alguma dificuldade para amamentar, você deve procurar o médico, ele vai orientá-la para que você consiga superar os problemas iniciais. Lembre-se: não existe leite materno fraco e, hoje em dia, há várias maneiras de estimular a produção de leite. Só o médico pode indicar a interrupção da amamentação.

Nessa fase, os pais são os melhores brinquedos para o filho. Nada é mais estimulante do que conversar suavemente com ele bem de pertinho, sempre que possível olho no olho. Massagens na barriguinha, nos braços e nas pernas, antes do banho, ajudam a acalmá-lo e criam uma rotina de contato e carinho que ele vai adorar.

As mães devem aproveitar o tempo de licença-maternidade para curtir junto com o bebê. Embora ele durma durante muitas horas, curta os momentos em que está acordado: aos poucos, vocês vão criar uma "linguagem" própria. Caretas, sorrisos, carinhos, cócegas, tudo é válido nessa fase em que o contato corporal tem tanta força. Com o tempo, você vai ver: você sorri e ele responde, você faz cócegas e ele sorri.

O aprendizado ocorre por imitação. Ele já conhece o seu cheiro e reconhece sua voz. Que tal cantar as músicas que você ouvia quando era criança? Mostre para ele objetos de cores contrastantes, como o branco e o preto. Os móbiles também vão encantá-lo a partir do segundo mês. Claro que tudo isso deve ser feito quando vocês – pais e bebê – estiverem dispostos. Os primeiros dias costumam ser muito tumultuados e é normal que todos fiquem meio atrapalhados. Mas lembre-se: a rotina da família deve incluir um tempo para as brincadeiras. Desde cedo.

Proteger um bebê não significa isolá-lo do mundo ou criá-lo numa redoma livre de micróbios e bactérias, mas é obrigação dos pais cuidar da saúde de seus filhos. Não custa nada, por exemplo, pedir educadamente às visitas que lavem as mãos antes de pegar seu filho no colo nos primeiros dias de vida.

As roupas do bebê devem ser lavadas sem amaciantes antes do uso – isso ajuda a evitar alergias de pele. O quarto deve ser limpo, sem pó e, de preferência, em local que bata sol pela manhã. A janela deve ficar aberta para ventilar o ambiente (quando não estiver ventando ou chovendo muito, claro). A banheira pode ser limpa com álcool comum, de uso doméstico, depois de usada. São cuidados básicos de higiene e limpeza que fazem a diferença.

É importante, também, supervisionar o bebê. Como ele dorme muito nessa fase, vale observar o sono de vez em quando. A melhor posição para dormir é de lado. Dormir sobre o lado direito facilita o esvaziamento do estômago, especialmente nos casos em que o bebê costuma regurgitar bastante. Durante o dia – mas só quando você estiver por perto – o bebê pode dormir de bruços. É uma posição confortável para a fase das cólicas e o estimula a levantar a cabeça, movimento importante para o seu desenvolvimento.

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